Sr. Ratinho Jr. queimou o filme em Curitiba

Quem acompanha o blog sabe que não sou de fazer posts sobre política, até porque quem me conhece sabe que faz tempo que não tenho rabo preso com filha da p*** nenhum nesse estado e nesse país candidato nem partido preferido em nenhuma das esferas do poder público, mas esse balacobaco envolvendo o digníssimo vereador de Curitiba Júlio Cesar Sobota, o Julião da Caveira (também presidente da principal torcida organizada do Atlético Paranaense, a Fanáticos) e seu recente escândalo na Câmara Municipal por conta das faltas que tem cometido como vereador para assistir aos jogos do seu time já deram no saco.

Tudo começou com uma falta do vereador justamente em um dia de jogo do Atlético. Durante o jogo, ele foi visto e fotografado pela Gazeta do Povo no meio da torcida. A justificativa para a falta foi a de que ele havia ido ao médico e não ia dar tempo de voltar à Câmara.

Até aí meio que tudo bem, porque o regimento interno da Casa permite qualquer justificativa para as faltas dos vereadores (não estou levando em conta agora a inocuidade desta lei). O problema é que na semana seguinte o mesmo vereador usou o Facebook pedindo um atestado falso para faltar novamente ao trabalho e assistir outro jogo do seu time:

Além disso, chama por tabela a imprensa e os críticos dessa atitude de “cornetas de plantão”, “paz sem voz do rabo preso” e “nó-cego”, usando palavras de baixo calão e deixando bem claro que não está nem aí para os comentários (“(…) e de tanta preocupação que fiquei (…) quase dormi na pia do banheiro e nem tomei umas pinga (…)”).

Bem que a imprensa tentou fazer o caso não acabar em pizza, tanto que a notícia chegou aos ouvidos do Conselho de Ética da Câmara. Nesta quarta-feira (09/02), também dia de jogo entre Atlético x Toledo, o vereador pediu desculpas em plenário e compareceu à sessão antes do jogo, mas eis que surge a figura de Ratinho Júnior, deputado federal e presidente do PSC, dizendo que o partido não deve punir mesmo o vereador porque ele reconheceu o erro e é tudo o que importa.

Vamos às considerações:

1- Como é que a Lei Orgânica de um município permite que faltas de vereadores sejam justificadas por qualquer motivo, por mais descabidos que sejam? É como comentei no blog Conexão Brasília, do André Gonçalves: Experimenta você, trabalhador de empresa privada, faltar um dia de trabalho e “pedir desculpas” no outro dia, só para ver o que acontece.

2- Mesmo a lei sendo tão abrangente, será que uma pessoa que ocupa um cargo público como o de vereador não deveria ter um pingo de ética e saber que o que ele fez está errado? Mas é claro que não, isso seria acreditar demais no bom senso do ser humano, que há tempos tenho visto que não tem mais jeito, e a tendência é piorar.

3- Por que uma pessoa com o cargo do Ratinho Júnior vem a público passar a mão na cabeça do vereador só porque este “pediu desculpas”? Os comentários no post do Conexão Brasília falam por si. Pena que poucas pessoas no Paraná sabem (ou têm interesse em) ler, menos ainda acessam as notícias e muito menos vão lembrar desse caso até chegar Outubro.

Enfim, Ratinho Júnior perdeu uma grande oportunidade de mostrar para que veio (ou vai vir, se é candidato a prefeito) e punir exemplarmente este que se diz vereador. Minha esperança é que o mini roedor perca de lavada a eleição para prefeito (independente de quem ganhe), e que o tal da caveirinha corra pra bem longe da Câmara. Como diria o saudoso ex-deputado Alborghetti, lá pelos idos de 1992, ACOOOOOOOOOOOOOORRRRRRRRRRRRDEEEEEMMMMMMMMM!!!!!!!!!!!!

UPDATE: A vergonha virou nacional: saiu até no Kibeloco e no Jacaré Banguela (que por sua vez linkou o Globo Esporte), dois dos blogs mais acessados do Brasil.

TIRA O TUBO!

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